Por Roselí Santos
Instituições do Vale do São Francisco têm valorizado a cultura afro descendente, através de palestras, seminários e minicursos que trazem em debate a importância do negro na construção da história.
As programações e conteúdos acontecem em escolas, universidades e espaços de eventos. O instituto cultural de Arte e Educação Nego Dgua(Naenda) desenvolve danças rítmicas, capoeira e cursos profissionalizantes.
O coordenado do grupo Adegivaldo Mota da Silva se emociona ao falar sobre os encontros realizados. “Desenvolver trabalhos de valorização do negro, trazendo a história, dança e cultura desses povos é um dos meus objetivos”.enfatiza.
Os africanos foram retirados do seu país de origem para serem escravizados no Brasil. Concentrando-se no estado da Bahia, trouxeram consigo constumes, podendo destacar a dança afro que foi se fortalecendo durante os anos e é praticada até hoje como uma forma de manutenção cultural.
Para reconhecer a importância dessa cultura, a Universidade Federal Vale do São Francisco(Univasf) em Petrolina( PE) dispõe de momentos de conscientização onde por meio de grupos de danças os discentes conhecem a "dança afro" por meio da música “batucada”. Esses encontros são realizados nos intervalos das aulas, onde passos e ritmos são voltados a memória do povo negro popularizando ainda mais essa cultura. O professor Marcelo Nascimento, auxiliar do projeto de dança diz ser importante essa iniciativa para solidez dessa cultura.
“o contato acontece através das atividades desse projeto de extensão que permite que os estudantes se integrem usando como meio de intersecção a dança afro” afirma,Marcelo.
Nesse pensamento, o artista “Afro”e professor Maércio José, ou “tio Zé Bar” como prefere ser chamado, avalia a ligação entre essa “dança afro” e as rede ensino, mas ressalta que esses movimentos precisam promover uma identificação com a ancestralidade da etnia.
Para ele, esse ritmo que começou como uma forma de libertação das opressões, hoje se tornou um espetáculo que reúne milhares de pessoas.O músico diz que atualmente a dança afro tem uma roupagem mais contemporânea, fato que contribui para enriquecimento e quebra de idéias racistas produzidos durante séculos, mas que essa conquista do negro é um fato a ser analisado com cuidado para que essa explosão cultural, não seja mas uma nova fase da industria cultural, enfatiza, Maércio.
Para a fotógrafa e pesquisadora da tématica do negro no Brasil, Marcia Guena, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a dança afro pode ser utilizada de diversas vertentes, na forma de prática esporte ou na religião. Segundo a estudiosa, não se pode fazer a afirmação que os ritmos de danças africanas têm fins religiosos. Ela reforça que a dança só passa ser um ritual de ancestralidade espiritual, quando esta inserida no conceito da religião Candomblé.
Com isso, a perpetuação dessa arte apenas será possivel quando a sociedade procurar entender as práticas do outro com um olhar de respeito, valorizando o significado de cada cultura popular.
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