quinta-feira, 1 de março de 2012

Mulheres Empreendedoras - Desenvolvimento e Conquista


Por Equipe

Historicamente, a mulher brasileira é a das que mais empreende no mundo. Várias pesquisas mostram que esse número tem crescido bastante em todo Brasil, bem como na região de Petrolina e Juazeiro. Diferentes são os motivos para que elas procurem cada vez mais se tornarem empreendedoras. O desenvolvimento é notório na sociedade e mesmo com todas as dificuldades ela busca cada vez mais sua independência.
Visando a independência financeira e realização profissional ou mesmo o sustento da família, as mulheres já ocupam um lugar de peso na economia nacional. Segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor - GEM – entidade que pesquisa índices de empreendedorismo mundial, as brasileiras estão entre as mulheres que mais se lançam ao empreendedorismo. Somente, no ano de 2010, entre os empreendedores iniciais, 49,3% eram mulheres, essa foi uma conquista delas, que agora estão em um novo parâmetro e lutando de igual para igual com os homens.                                                                                          
Considerando esse percentual e com a finalidade de valorizar e incentivar a participação da mulher, foi criado o Prêmio Sebrae Mulheres de Negócio, uma iniciativa do Sebrae, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Federação das Associações das Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (BPW), que conta com o apoio técnico da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ),em Juazeiro.
             Essas iniciativas surgem através de financiamentos do SEBRAE em parcerias com Bancos ou Associações com outras pessoas. As mulheres empreendedoras do Vale do São Francisco por meio dessas parcerias vêm aumentado à renda familiar e obtendo uma autonomia financeira.  As funções mais comuns são proprietárias de salões de beleza, lojas de roupas, artesanato, entre outras atividades. Atualmente elas não trabalham apenas para serem chefes de família, pois o perfil delas têm sido de empreendedoras. 
            É visível a satisfação da mulher brasileira que consegue  montar seu negócio. Conquistar independência é um sonho e uma conquista  de espaço no mercado. É o caso de  Edlaine Nascimento, uma jovem empreendedora da cidade de Juazeiro, que atualmente montou uma loja de produtos evangélico na cidade. Ela aplica em sua empresa sua experiência de ter trabalhado como administradora e gerente em outro estabelecimento e afirma que a experiência é cansativa mas prazerosa e muito satisfatória e vale apena.
 Exemplos de mulheres empreendedoras ocorrem também na cidade de Senhor do Bonfim, como a empresária Vera Lúcia Santos Almeida, de 53 anos, que juntou força de vontade e trabalho para conseguir êxito. Mãe de dois filhos e viúva começou no mercado informal, vendendo utensílios de alumínio junto com sua tia. Logo, aos 15 anos, ingressou em uma fábrica de lentes, trabalhando depois como atendente em várias óticas, até resolver abrir seu próprio negócio em 2010, pois percebeu que o assunto que melhor conhecia era relacionado a produção e manutenção de óculos. Dessa forma, ela procurou financiamentos em bancos para investir em seu próprio negócio. Porém, no inicio, teve algumas dificuldades na finalização da obra e passou alguns meses com a ótica de portas fechadas, mais isso não a impediu de prosseguir e, atualmente com um ano e dois meses de inauguração, a proprietária da ótica Bela Vista já conta com 768 clientes e está satisfeita com os resultados. “Ser dona do meu negócio é melhor, eu ganhava na faixa de 700 reais por mês, mas não podia nem sair para almoçar, logo que fiquei viúva não podia dar nada a meus filhos, hoje eu compro o que quero,” enfatizou a empresária. 

 Outro Exemplo de Conquista no Empreendedorismo
A empresária Ana Cláudia Matos da Silva Rodrigues, aos 31 anos, em parceria com o marido, é dona de uma loja de cosméticos há 10 anos. Segundo ela, a idéia surgiu quando lecionava e o então noivo era dono de uma distribuidora de cosméticos. Resolveram montar uma loja que inicialmente ocupava um quarto do espaço atual, tendo sido ampliada após um ano e meio de funcionamento. Com o crescimento da loja seu marido, desfez o antigo negócio e passou a atuar apenas na loja. A empreendedora divide com o seu companheiro as tarefas referentes a administração e contabilidade, todavia o gerenciamento dos doze funcionários e questões relativas ao atendimento e caixa ela mesma vistoria pessoalmente. Para superar os concorrentes, Ana realiza semestralmente cursos de capacitação para manter-se informada sobre as novas tendências e produtos. Ela diz que a maior dificuldade para se manter no negócio é a carga tributária e as exigências legais crescentes, além disso, a inadimplência e o curto prazo oferecido pelos fornecedores também dificultam, mas, pela sua experiência, o maior desafio para quem pretende ingressar neste ramo é a falta de conhecimento no setor. De acordo com a comerciante, durante o tempo em que atua no comércio de Senhor do Bonfim. Já viu fechar cinco lojas de cosméticos na cidade.
 Ela considera que seu êxito deve-se a variedade de produtos e ao bom atendimento, motivo este pelo qual obteve o reconhecimento pelo quarto ano consecutivo, junto ao SEBRAE, CDL e Associação Comercial de Senhor do Bonfim, acreditando que tal fato influenciou na escolha de seu nome para a vice-diretoria, além disso, também atua como representante no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e é Secretária do Sindicato do Comércio local. Em médio prazo, ela pretende oferecer cursos de capacitação aos funcionários e construir um centro técnico, como forma de ampliar cada vez mais o negócio. “Só não busco preço porque acho que não é isso que fideliza o cliente hoje”, acredita.

 
O Grande Desafio
          Para Rodrigo Teles, diretor geral do Instituto Endeavor, o grande desafio, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, é multiplicar o número desses empreendedores que geram emprego, renda e melhoram a vida de milhares de brasileiros. E isso só será feito com investimentos contínuos em programas e políticas de apoio ao empreendedorismo. A partir de meados da década de 1990, o termo “empreendedorismo” começou a ficar conhecido em todo o mundo. Desde então, diversas são as iniciativas em todas as regiões do país, desde o investimento em educação empreendedora e em pesquisa e  desenvolvimento de novas tecnologias e a facilidade de acesso a capital até as melhorias no ambiente regulatório e a disseminação da atitude empreendedora.
 Em alguns casos, prover o sustento da família é o que impulsiona a busca do próprio negócio. Foi o que aconteceu com a empresária do ramo de roupas e acessórios, Necy Francisca de Alencar de 64 anos, que está no ramo há mais de 30 anos. Ela passou a sustentar três filhos em 1976 quando o marido a abandonou. Inicialmente, trabalhou como sacoleira em Feira de Santana e depois se mudou para Petrolina onde conseguiu estabelecer comércio fixo no centro da cidade, aos poucos, foi adquirindo uma clientela fiel. Sustentou os filhos, estudando em escolas da rede particular, que também seguiram o mesmo ramo, um deles é um bem sucedido comerciante de vendas em atacado e varejo. Segundo ela, no início foi difícil assumir o papel de chefe da família tendo como fonte, apenas um trabalho informal e devido à responsabilidade de criar os filhos sozinha. As despesas fixas eram incompatíveis com um salário instável. Hoje, no entanto tem orgulho da profissão que seguiu e da habilidade desenvolvida nesse ramo ao longo do tempo.

 Associação das Mulheres Rendeiras de Petrolina
Em Petrolina, a Associação das Mulheres Rendeiras do bairro José e Maria promove discussão sobre os direitos e deveres das mulheres através de encontros semanais, bem como oferece atividades ligadas ao artesanato e culinária. A partir desses trabalhos, como uma força de geração de renda, elas ganham experiências para desenvolver suas habilidades e contribuir com o orçamento familiar. Um exemplo de conquista é o da fundadora e presidenta da Associação Angelita Maria dos Santos, que dá apoio e incentivo para as mulheres da comunidade. Ela diz que a Instituição prepara as mulheres para o mercado de trabalho, dando oportunidade de terem uma segunda renda na família além de utilizarem o espaço como uma forma de concentração. A cooperativa se torna uma forma de complemento no orçamento. Os produtos são feitos a médio e longo prazo  e sempre dando espaço as integrantes, pois elas fazem mais de um serviço para obterem renda. A importância do grupo não está somente em gerar renda, mas serve também como uma terapia, pois dá possibilidade para mulheres que chegam à cooperativa com problemas psicológicos e sem emprego. À medida que vão desenvolvendo as atividades, elevam a estima. Atualmente, são mais de 30 mulheres que participam e mantém a Associação, porém elas buscam emprego fora da Associação pela necessidade que elas têm. “Elas precisam buscar outras coisas paralelas a essa atividade, um emprego ou uma faxina porque as peças que elas produzem hoje não garantem que sejam vendidas no mesmo dia e a necessidade é urgente, por isso elas precisam fazer um pouquinho aqui e pouquinho lá fora para poder se manter”, enfatizou Angelita Maria.

Tecnologias ajudam no empreendendorismo 
           A capacidade de empreender faz a diferença nos processos de desenvolvimento socioeconômico das nações. Por isso, torna-se cada vez mais importante conhecer, com segurança, os diferentes perfis de empreendedores, quais os fatores e motivos que os levam a empreender e como empreendem. Entre 42 países do mundo, o Brasil ocupou, em 2008, o terceiro lugar em termos de participação de jovens em  atividades empreendedoras. Por outro lado, no que diz respeito ao público idoso, o Brasil ocupa a trigésima posição.
         Embora sendo um dos países mais empreendedores do mundo o  Brasil apresenta a mais baixa proporção de uso de tecnologias novas em relação a países coimo: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, Uruguai, Rússia, Índia e Africa do Sul: somente 1,7% dos empreendimentos iniciais e 0,7% dos empreendimentos estabelecidos usam tecnologias disponíveis há menos de um ano. No caso de uso de novas tecnologias, também se destacam: Chile, com 33%, Índia, com 28%, e África do Sul, com 25%, segundo dados de pesquisa realizada pelo (falta dizer qual é a fonte do contrário não tem nexo nem finalidade) 
         Devido a importância do empreendendorismo, a PLANTEC, uma empresa de assistência técnica contratada pela Companhia de Desenvolvimento do Vale (CODEVASF), procura estimular a geração de renda entre as mulheres que não têm um emprego fixo. Dessa forma, a empresa incentiva o trabalho coletivo estimulando o associativismo e também realizando encontros que divulgam o trabalho dessas mulheres. Para a moradora do Perímetro Irrigado Bebedouro, Maria dos Santos Alencar, o encontro foi bastante proveitoso. “Acho muito importante participar de um evento como esse em que a Codevasf e a Plantec dão mais atenção para nossa comunidade dos núcleos dos perímetros, principalmente a nós, mulheres”, ressaltou. A assistente social do projeto, Eucilene Rodrigues, enfatizou sobre a importância desse trabalho. “A gente traz e mobiliza cursos através do SENAI, SEBRAE, e estamos sempre buscando parcerias com a Secretaria da Mulher e com a prefeitura”, diz Eucilene.
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 O analista do Sebrae de Juazeiro(BA) Carlos Cointero  fala que grande parte das mulheres  se tornam empreendedoras  para obter uma independência financeira e que a instituição apoia por meio de cursos profissionalizantes, palestras. O Sebrae também encaminha as pessoas para obterem financiamento para montarem seus negócios.  Segundo Carlos  Cointeiro, fortalecer ideias e colocá-las em práticas é um dos objetivos da Instituição de fomento.

        O emprendendorismo feminino vem ganhando cada vez mais espaço na economia nacional e chama a atenção para essa contribuição das mulheres, não só para o desenvolvimento, mas também para ampliação de políticas públicas que favoreçam tais iniciativas como na geração de novos estudos sobre os impactos dessa realidade na sociedade de modo geral, pois com conhecimento especializado o avanço feminino na economia é inegável.




Danças "Afro": O Costume Negro no Vale do São Francisco

Por Roselí Santos 

Instituições do Vale do São Francisco têm valorizado a cultura afro descendente, através de palestras, seminários e minicursos que trazem em debate a importância do negro na construção  da história.

As programações  e conteúdos acontecem em escolas, universidades e espaços de eventos. O instituto cultural de Arte e Educação Nego Dgua(Naenda)  desenvolve danças rítmicas, capoeira e cursos profissionalizantes.
O coordenado do grupo Adegivaldo Mota da Silva se emociona ao falar sobre os encontros realizados. “Desenvolver trabalhos  de valorização do negro,  trazendo a história, dança e cultura  desses povos é um dos meus objetivos”.enfatiza.

   Os africanos foram retirados do seu país de origem para serem escravizados no Brasil. Concentrando-se no estado da Bahia, trouxeram consigo constumes, podendo destacar a  dança afro  que  foi se fortalecendo durante os anos e é praticada até hoje como uma forma de manutenção cultural.
 Para  reconhecer a importância dessa cultura, a Universidade Federal Vale do São Francisco(Univasf) em Petrolina( PE) dispõe de momentos de conscientização onde  por meio de  grupos de danças  os discentes  conhecem a  "dança afro"  por meio da música “batucada”. Esses encontros são realizados nos intervalos das aulas,  onde passos e ritmos são  voltados a memória do povo negro popularizando ainda mais essa cultura. O professor Marcelo Nascimento, auxiliar do projeto de dança diz ser importante essa iniciativa para solidez dessa cultura.
“o contato acontece através das atividades desse projeto de extensão que permite que os  estudantes  se integrem  usando como meio de intersecção a dança afro” afirma,Marcelo. 

                                        
Nesse pensamento,  o artista “Afro”e professor Maércio José, ou  “tio Zé Bar” como prefere ser chamado, avalia a ligação entre essa “dança afro” e as rede ensino, mas ressalta que esses movimentos  precisam promover   uma identificação com a ancestralidade da  etnia.
Para ele, esse  ritmo que começou como uma forma de libertação das opressões, hoje se tornou um espetáculo que reúne milhares de pessoas.O músico diz que  atualmente a dança afro tem  uma roupagem mais contemporânea, fato que contribui para enriquecimento e quebra de idéias racistas produzidos durante séculos, mas que essa  conquista do negro é    um fato a ser  analisado com cuidado para  que essa explosão cultural, não seja mas  uma nova fase da industria cultural, enfatiza, Maércio.
  Para a fotógrafa e pesquisadora da tématica do negro no Brasil, Marcia Guena, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a dança afro pode ser utilizada de  diversas vertentes, na forma de prática esporte ou na  religião. Segundo a  estudiosa, não se pode fazer a afirmação  que os ritmos de danças africanas  têm  fins religiosos. Ela reforça que a dança  só passa ser um ritual de ancestralidade espiritual, quando esta inserida no conceito da religião Candomblé.
Com isso, a perpetuação dessa arte apenas será possivel quando a sociedade procurar entender as práticas do outro com um olhar de respeito, valorizando o significado de cada  cultura popular.